Energia nuclear e a prospecção de urânio
A energia nuclear ou energia atômica é obtida a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, fazendo com que haja a liberação de uma grande quantidade de calor, este calor é utilizado para produzir energia, que é considerada limpa e renovável.
Esse processo acontece dentro das usinas nucleares, sendo o urânio o principal agente dessa cadeia. Atualmente, aproximadamente 10% da energia elétrica do mundo é produzida através da energia atômica. Em alguns países cada vez mais estudos estão sendo elaborados para difundir essa energia e outros estão abandonando ela, se quiser saber mais sobre esse tema e sobre como ocorre a prospecção de urânio, leia este conteúdo até o final!
Cenário da energia nuclear e do urânio no mundo
No fim de 2020, 412 reatores nucleares estavam sendo utilizados em 33 países, ao longo da década de 2011 a 2020, a China liderou o movimento de construção de novos reatores, construindo 25 dos 57 reatores elaborados nesse período, já a Alemanha estabeleceu o prazo até 2022 para abandonar esse tipo de energia após o acidente de Fukushima.
Esse tipo de energia ainda não tem um futuro claro definido, a própria IAEA prevê que a capacidade mundial pode ter aumentado 82% ou diminuído 7% até 2050. No entanto, uma das principais tendências são os pequenos reatores modulares, projetados para serem produzidos em série na fábrica e serem transportados para o local da operação.
Diversos países têm realizado estudos com esses reatores, sendo alguns já em operação na Rússia e nos Estados Unidos, pois, eles minimizam os resíduos gerados e são mais eficientes do que as grandes usinas que anteriormente eram o único modelo utilizado.
Prospecção de urânio
Atualmente no Brasil, a pesquisa de minerais radioativos, entre eles, a prospecção e mineração de urânio, está ligada a uma única empresa, sendo ela a INB ou Indústrias Nucleares Brasileiras, da mesma forma que a produção de petróleo é permitida apenas pela Petrobrás. Existem diversos tipos de depósitos de urânio, segundo a IAEA:
Concentração do urânio
O íon do estado de oxidação do urânio (uranila) é altamente móvel sob essas condições, na maioria dos depósitos sua precipitação ocorre através de fluidos oxidantes, juntamente com materiais redutores, sendo um dos principais o carbono (Cuney, 2009).
As rochas mineralizadas são: uraninita, uranotorita, uranotorianita e uranoesferita, já as rochas não mineralizadas que contém urânio são: zircão, monazita e alanita. Em relação a sua concentração média na crosta, ele está presente principalmente em rochas ácidas e é menos em rochas básicas, sendo diretamente proporcional ao teor de sílica (Minty, 1997).
As rochas sedimentares possuem uma grande variação em relação a concentração média de urãnio, pois, existem diversas possibilidades de rochas fonte, ambientes e processos de transporte para a formação delas. Segundo Wilford 2011, a variação ocorre da seguinte forma:
A energia nuclear sempre foi bastante controversa, principalmente devido aos acidentes que já ocorreram durante a história. Porém, como toda energia ela possui diversos aspectos positivos e negativos, no entanto, para que haja uma transição para a menor emissão de elementos fósseis, existe uma grande possibilidade dela passar a ser mais utilizada, principalmente se os pequenos reatores forem tiverem sucesso.
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Referências:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11636/3/2012_MarcosMenezesdaPaixao.pdf
MINTY, B.R.S. 1997. Fundamentals of airborne gamma-ray spectrometry. AGSO Journal
of Australian Geology & Geophysics, 17(2), 39-50.
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