Depósitos do tipo cobre pórfiro: Conheça mais sobre
Os depósitos genericamente classificados como do tipo cobre pórfiro são aqueles que formam depósitos apicais disseminados, disseminado-stockwork ou em vênulas com minérios de cobre, molibdênio e ouro, sendo intimamente relacionados, temporal e espacialmente, com as intrusões graníticas de textura porfirítica. As formações geológicas geralmente correspondem a depósitos onde a mineralização disseminada constitui grandes volumes de minério com baixos teores.
A composição das rochas hospedeiras da mineralização varia de granito a diorito, onde quartzo-monzonito e granodiorito são os mais comuns, as rochas, em geral, são alteradas hidrotermalmente em um padrão grosseiramente concêntrico e de forma cilíndrica. Se você quiser saber mais sobre esse tipo de depósito, leia este conteúdo até o final!
Onde se formam os depósitos do tipo cobre pórfiro?
Os depósitos do tipo cobre pórfiro formam-se geralmente em zonas instáveis da crosta terrestre, em particular nas zonas orogênicas circum-pacíficas. Depósitos em que o cobre predomina como principal elemento de minério associam-se a plutões granodioríticos e monzoníticos associados às regiões de Arco de Ilhas e Margem Continental Ativa, relacionados a vulcanismo cálcio-alcalino. Os depósitos de molibdênio(Mo)-Pórfiro associam-se a plutões alcalinos formados especialmente em margens continentais ativas.
Estes tipos de formações geológicas correspondem a depósitos sulfetados bem zonados, caracterizados por alterações intensas com distribuição também zonada diagnóstica, o zoneamento nos depósitos afeta tanto a mineralização quanto a zona de alteração que envolve a jazida. Apresenta às vezes um perfil de alteração supergênica que reconcentra a mineralização primária (hipogênica) formando um manto enriquecido de sulfeto secundário capeado por uma cobertura lixiviada sem mineralização.
Além disso, de uma maneira geral, múltiplos eventos intrusivos são comuns em áreas de depósitos Cu-pórfiro, em que as rochas hospedeiras correspondem àquelas mais diferenciadas e jovens das rochas presentes.
Em que período geológico se formaram esses depósitos?
Os depósitos pórfiros são encontrados desde o Pré-Cambriano ao Cenozóico, porém, quase todos os depósitos economicamente importantes são do Cenozóico e, em menor extensão, do Mesozóico. A inexistência desses depósitos em grande parte dos cinturões orogênicos antigos é supostamente atribuída à erosão meso-cenozóica.
Classificação dos depósitos associados a intrusões graníticas porfiríticas
Abaixo mostraremos um pouco melhor as características dos depósitos associados a intrusões graníticas porfiríticas:
- I: depósitos tipo Cu-Au pórfiro: Associação litológica: tonalitos, dioritos, quartzo-dioritos. Ambiente tectônico: arco de ilha. Idade: encontra-se desde o pré-cambriano até o cenozóico. Alterações hidrotermais: potássica, propílica, félsica e argílica. Mineralização: calcopirita, bornita, calcocita;
- II: Depósitos tipo Mo-pórfiro: Associação litológica: rochas grániticas porfiríticas. Ambiente tectônico: margem continental ativa. Idade: desde o pré-cambriano ao cenozóico. Alterações hidrotermais: potássica, propílica, fílica e argílica. Mineralização: molibdenita, wolframita e sheelita.
A grande maioria dos depósitos do tipo Cu-pórfiro conhecidos podem ser divididos em duas classes, quanto ao minério acessório: de Cu (associados a ouro como subproduto), que predominam em ambientes de arcos de ilha ou de Cu (com Au como subproduto ou W), que ocorrem especialmente em ambientes de arcos de ilha.
Zonação dos depósitos
Abaixo, confira a zonação dos depósitos de cobre pórfiro. Para você conseguir compreender melhor além do texto, inserimos uma imagem.
- Zona Potássica: caracterizada pelo enriquecimento em potássio da rocha, acompanhado da dimiuição de cálcio e de sódio dos minerais aluminossilicáticos. Os minerais neoformados são ortoclásio, biotita albita (quartzo, sericita, anidrita e apatita), sendo a magnetita, calcopirita, bornita e pirita comuns. Essa alteração está relacionada ao fluido magmático original, intimamente relacionada à fase de resfriamento do magma. Essa zona geralmente ocorre no centro ou muito próximo do centro da pluma hidrotermal.
- Zona Fílica: formada pela lixiviação álcalis (Na, Ca e Mg), formando associação mineral com quarzo e sericita (pirita e micas).
- Zona Propilítica: caracterizada pela cristalizalação de minerais calciomagnesianos (equivalente a fácies metamórfica xisto-verde) tais como clorita, epídoto, calcita e anortita, com apatita, anidrita, ankerita e hematita os, sulfetos são raros e representados por pirita e calcopirita. Essa alteração está relacionada à reação entre os fluidos hidrotermais e as rochas encaixantes.
- Zona Argílica: pode ser intermediária (quantidades de K, Ca e Mg permanecem e há formação de montmorilonita, ilita, hidromicas e clorita, ou avançada (com caulinita, dickita, pirofilita, diásporo, quartzo, andaluzita, e raramente coríndon. Relacionada aos fluidos hidrotermais mais tardios e ácidos.
As rochas dos depósitos podem ser submetidas a uma segunda alteração (supergênica) que está diretamente relacionada às alterações provocadas em níveis superficiais por ação das águas meteóricas e subterrâneas e são responsáveis pelo enriquecimento do minério sulfetado (sulfetos secundários de alto teor: calcocita, covellita, a partir do intemperismo dos sulfetos primários).
Modelos genéticos dos depósitos de cobre pórfiro
Vários fatores, como o tipo de magma, o conteúdo volátil, o número, tamanho, tempo e profundidade de alojamento de plútons, variações na composição da rocha encaixante e fraturamento, combinam-se para garantir uma ampla variedade de detalhes nos depósitos de cobre pórfiro. Dois membros extremos de sistemas hidrotermais são observados e contribuem em proporções variáveis e evoluem ao longo do tempo: magmáticos e meteóricos.
- Magmático: voláteis, cloro e metais são concentrados no topo da intrusão por cristalização fracionada. O invólucro da intrusão cristalizado confina fluidos magmáticos a áreas onde a pressão do fluido está aumentando. Quando a pressão na zona de acumulação torna-se muito grande, o invólucro de rocha ígnea é fraturado e o fluido hidrotermal é expulso, o que também provoca a fratura da rocha afetada pelo metamorfismo de contato;
- Convecção: água meteórica, fluidos bacinais e água do mar ou uma mistura de águas na rocha hospedeira é aquecida por condução da intrusão. O aquecimento induz uma diminuição da densidade da água que ascende à porções superiores, enquanto a água fria mais densa se acumula, induzindo a formação de uma célula de convecção. Esta célula de convecção pode operar até que toda a energia do plúton tenha sido extraída da intrusão por condução ou convecção ou o sistema de fraturamento seja obstruído pela cimentação da fratura pela mineralização ou pelos fluidos. Essa circulação pode causar uma redistribuição significativa de metais e uma superposição de fácies de intemperismo;
- Vulcânicos: ocorrem muito próximos da superfície, são de forma irregular e se formam em meio a rochas vulcânicas (ao menos parcialmnete co-genéticas), o granito aflora como diques (fraturas abertas em resposta à intrusão do plúton), os corpos mineralizados apresentam formas irregulares e lenticulares e se associam a zonas extremamente alteradas e brechadas. Séries cálcio-alcalinas se caracterizam por ocorrências de Cu-Mo enquanto as alcalinas são caracterizadas por ocorrências de Cu-Au;
- Plutônicos: ocorrem dentor de plútons de dimensões médias a grandes, se formam em batólitos diferenciados acompanhados por enxame de diques. Os corpos mineralizados são contituídos principalmente por vastas zonas com stockwork (do centro para fora: rico em bornita, seguido de calcopirita e por fim pirita, o que representa o enriquecimento em minério de ferro em direção ao exterior).
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